13 de jul. de 2007

Conto nº 6 - A janela da frente

Eu suspeito que há ali, dentro daquele ser, uma aparente e falsa sensação de felicidade.

Não, eu não sou um pessimista com relação à vida. Gosto e confio ainda no ser humano (???). Porém, olhando para ela, examinando-a clinicamente, percebo que naquele rosto, irraidando alegria, esfuziante de completa liberdade e obsenidade, há uma rusga de sofrimento, de dor, cansaço e outros tais que sua aparência deixa às claras, mas a força com que faz pra escondê-las é muito maior. Eu a admiro de longe, junto aos outros.

"Da janela do meu quarto acompanho cada passo seu como um capítulo de romance e posso descrever com detalhes cada movimento de sua vida que você própria não daria conta".

Porque chora, encostada à porta do seu quarto, escondida dos seus amigos, todos contentes na sala à tua espera? Por acaso não és lutadora, que corre atrás para conseguir o que queres? Não era essa a vida de liberdade que sempre quis ter e agora tens de mão beijada? O que é que te falta?

São tantos os percalços... Espero que você preste mais atenção em si mesma. Enquanto isso, recomponha-se, volte para junto de seus amigos, de seus companheiros de farra e tente divertir-se com eles.

Estarei aqui te vigiando. Cada passo, atitude, gesto, tudo que venha de você.

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