23 de jun. de 2007

Conto nº 3 - Depois do almoço...

Acabou de levar um fora, um fora internético. Acabou de levar MAIS um fora. Ultimamente todas as suas relações amorosas começaram e terminaram num adicionar e exlcuir de MSN. Nunca viu a criatura pessoalmente. Ouviu sua voz somente uma vez no telefone. E mesmo assim levou um fora. Nunca tocou sua pele nem seu cabelo, mas um dia, mencionaram rapidamente o desejo de fazê-lo numa ligação telefônica. Prometeram que iam cuidar um do outro (rindo). "Agora você vê". Acabou de levar um sutil e civilizado fora.

- Mas não sei se vou publicar isso aqui no blog. No dia seguinte vão todos querer saber de quem se trata ou se isso foi mesmo verdade, quem era, o que fazia, com se chamava, se era macho ou femêa... Por que essa gente é tão curiosa?"


A figura descobriu que tinha um câncer na garganta.

Conto nº 2 - Se excita?

Estou sentado agora em uma praça abandonada escrevendo estas linhas enquanto um forte odor de merda exala atrás de mim. Não reajo, sinto. Não me levanto, mantenho. Deveria fazer alguma coisa, pois sinto que o cheiro é forte e extremamente desagradável. No entanto, o fedor me prende. O que será que passa pela cabeça das pessoas ao me verem ali, sentado, deixando-me prostrar minuto a minuto, sendo envolvido pela atmosfera podre que se instala e que vai invadindo as minhas vias respiratórias? Eles não pensam. Não tem tempo pra pensar em nada, nem sabem que eu estou ali. Passam pelos sujeitos tagarelando nos celulares, cuspindo no chão, segurando a bolsa com medo dos assaltantes, coçando o saco a fim de chamar a atenção do outro - e, se possível, ganhar uns trocados - mas não me olham. Não sabem que eu existo. Eu não interesso... Não consigo escrever mais... Acabaram as minhas forças... Não movo mais nem um músculo... Não sinto mais a pele do meu corpo... Me desfaço... Faço parte deste elemento... Me dissolvo aos poucos em odor incômodo... Levito e deixo que o vento me leve junto com as folhas da amendoeira para lugar nenhum... Sou algo que vai emburacar numa narina mais próxima e viajar pelo interior do ser humano, causando algum tipo de repulsa... Me divirto provocando a náusea, o vômito, a ogeriza, a vontade de escarrar em plena praça pública... Faço parte da parte podre da natureza... O resto... A sobra... O dejeto... O excremento... E como isso me excita...

19 de jun. de 2007

Conto nº 1 - Psicodelia ou Da Arte de Tentar Apreender o Inefável?

Paro e penso...
Alguém me disse que estava acabando. Só sobraram as sementes!
Planta, planta que nasce um pezinho!
Porque amar é não beijar ninguém quando acordar!
Olha que eu nunca fiz análise!
Tosses.
Meu quarto tá parecendo um pub londrino,
Porque corpos não são pra conversar... Corpos são pra se dar!
Será que alguém já se contradisse dizendo a dita frase?
Ou será que o sujeito que disse a frase dita tentou convencer-se de que realmente estava certo?
Enche.
Não sei o que sei não sei que sei lá pro ser humano ficar mais feliz...
Satisfazer as pessoas é fazer com que elas fiquem mais insatisfeitas...
Que coisa interessante!
Você é uma pessoa feliz? Pobre coitada!
(Pausa)
Eu prefiro macarrão ao molho branco.
(Sua maquiagem está borrada)
Olha só que coisa mais louca!
O quê?
Molho de tomate.
"WHEN WE HAVE NEED TO SEARCH
AND EVERY TIME WE ARE SATISFIED WITH IT,
THIS IS WHY IT HAS NO VALUE, IS SOMETHING ALREADY SOLVED" (Adryane Gomes).
Meu cinzeiro está cheio e não tem nenhum garçom aqui pra trazer um outro limpo.
Meu quarto não é mais meu.
Se transformou numa sucursal de um boteco pé sujo da Lapa.
A alma é seletiva, o corpo não.
Alma ou psiquê?
Já não me toco mais.
Fiz molho de atum...
Fico com medo que as mãos não se descolem mais de meu corpo...
Fiquem presas como um ímã,
Fiquem presas sobre meu corpo,
Deslizando e entrando em orifícios inadequados...
A louca me viu nu... O W. não quis mostrar o dele...
Eu não escrevo sozinho...

Primeiras frases do meu blog

Uma da madrugada...
Depois de ter passado horas e horas configurando, escolhendo tamanho da fonte, cor, melhor posição de foto etc, eis que o meu blog está pronto, novinho em folha, cheio de informação - e amor - pra dar...
Há muito tempo eu venho acalentado o desejo de criá-lo: Assisto muitas peças, vou bastante ao cinema, observo tudo que posso. Seria interessante que eu registrasse minhas opiniões a cerca do que foi visto. É um interessante exercício de escrita, penso eu. Porém o fato de sempre ter que atualizá-lo, deixava-me um pouco apreensivo. Já vou advertí-los de que nem sempre terei tempo para tal, mas prometo um esforço de minha parte, sempre que tiver tempo.
É isso ai, obrigado pela preferência e boa leitura...