A teoria da arte no século XX é pautada pela quebra de paradigmas, pela incerteza das teorias e pelo questionamento de todos os valores morais (fundamentados à partir de uma mentalidade altamente burguesa) que aprisionaram a sociedade ocidental durante a hegemonia radical e perversa do pensamento judaico-cristão.
Depois de duas grandes guerras, o artista não podia mais continuar contemplando a vida, ou melhor, a destruição da mesma. O homem se desintegrou. A identidade deste sujeito descobriu-se múltipla, analisada sob diversas perspectivas. O EU tornou-se uma ilusão. E a matéria? Tudo isso que envolve e dá suporte a este sujeito cindido, do que ela é formada?
A crise da dúvida também afeta a produção do saber contemporâneo, quando relatos de pesquisadores, comprometidos com a física moderna, nos chegam afirmando que tudo que forma a matéria, na verdade, são compostos de átomos passíveis de vibrações. Então os átomos não são elementos sólidos? A mesa, a cadeira, as massas que ocupam lugar no espaço, a natureza, o sol, os astros, são formados de partículas que interagem formando ondas? Como assim? Percebem que o paradigma do pensamento científico caminha para uma mudança? Então a arte também tem que acompanhar esta evolução do modo de pensar.
E talvez seja este o nosso propósito quando aceitamos participar do Projeto OH: Sobre a contemporaneidade do som, que vai acontecer no dia 15/7/2009, no Espaço Cultural Sérgio Porto. Ali, gritaremos para o mundo que a lógica não é soberana e que as sensações de nossos corpos também podem reger partituras de movimentos que criam outros sentidos, não o racional, o que satisfaz o espírito, mas aquele que nos impulsiona, que nos faz agir ou que nos mobiliza para uma vontade de reagir. Esta é a busca pelo som inarticulado, portador de uma pulsão que toma de assalto nossos orgãos sensoriais, produzindo movimentos, satisfazendo a natureza de nossa vontade que responde, criativamente, por meio de modulações variadas: alto, greve, médio e por ai vai.
Parece loucura, mas este é o princípio que norteia a minha arte, ou a arte daqueles que buscam a essência das coisas, e que não se satisfaz somente com o belo, com a separação da arte e da vida, que se contenta com a superficialidade que determinados segmentos artísiticos contemporâneos insistem em empurrar guela abaixo, cobrando ingressos caríssimos para contemplar a mediocridade de espetáculos que propagam a felicidade imitando, aqui, o modelo estrutural de outros países, que cantam e dançam para uma plateia morta e que se acham cultas só porque frequentam estes teatros.
Quatro Sonetos à Afrodite Anadiómena. (Poemas do português contemporâneo Jorge de Sena)
Com Guto Urbieta, Jackie Netzach, Michelly Barros e Pedro Allonso
Concepção: Jackie Netzach,
Seleção de texto: Eduardo Camenietzki,
Orientação: Elielson Barros,
Intervenção que mescla poesia e seus estímulos sonoros e corporais.
SERVIÇO OH
Espaço Cultural Sérgio Porto
Endereço: Rua Humaitá, 163 - Humaitá
Data: 15/07/2009
Horário: 19h
Preço: R$ 4
Classificação: Livre
Informações: 21. 2266.0896
Espaço Cultural Sérgio Porto
Endereço: Rua Humaitá, 163 - Humaitá
Data: 15/07/2009
Horário: 19h
Preço: R$ 4
Classificação: Livre
Informações: 21. 2266.0896
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